Colisão de avião da Varig matou quatro pessoas, incluindo duas crianças; edição impressa trará especial sobre o caso
Na tarde de 17 de junho de 1975, Pedro Afonso viveu um de seus piores pesadelos. Um avião da Varig, modelo Avro HS-748, caiu logo após decolar da cidade, atravessou a rua e atingiu uma residência no cruzamento da Rua Constâncio Gomes com a Rua 26 de Julho. O impacto destruiu a casa da tradicional família Moura e matou quatro pessoas, entre elas duas crianças.
A tragédia, que completa 50 anos nesta terça-feira, 17 de junho, ganhou repercussão nacional na época e foi tema de uma cobertura especial da extinta revista Manchete. O voo RG-236 havia partido de São Paulo com destino a Belém (PA), com escalas em Porto Nacional e Pedro Afonso. Após decolar do aeródromo local, a aeronave apresentou problemas e tentou retornar para um pouso de emergência. A aproximação teria sido feita com excesso de velocidade, e o avião só tocou o solo nos últimos 300 metros da pista, sem espaço para frear, atravessou a rua e colidiu com a casa.
No imóvel estavam três membros da família Moura: a jovem Iraídes Emília de Moura, de 30 anos, e os sobrinhos Hawillsa (de 1 ano e 5 meses) e Hawillson (de 2 anos e 6 meses), filhos de Raimunda Moura. Os três morreram. O copiloto da aeronave, Nilo Sérgio Lemos, de 29 anos, também perdeu a vida. O piloto sobreviveu com uma fratura em uma das pernas. Já os 12 passageiros e o comissário não tiveram ferimentos.
Glória Lúcia de Moura Silveira, irmã de Iraídes e tia das duas crianças, sobreviveu. Aos 20 anos, viu a casa da mãe ser destruída. Hoje, aos 70 anos, vivendo em Palmas-TO, ela ainda carrega o trauma daquele dia.
“Aquele foi o pior dia das nossas vidas... inexplicável. Jamais sairá da memória. Fomos muito machucados, física e emocionalmente. Não poderia ter acontecido nada pior. Ficamos marcados para sempre”, afirma Glória. “Tudo que tínhamos na casa da mãe, fotos, lembranças, foi destruído. Caiu tudo com o acidente”, relembra emocionada.
Na época, Pedro Afonso ainda integrava o norte goiano. O aeroporto, que ficava próximo ao local onde hoje está a Praça Brigadeiro Lysias Rodrigues, no centro da cidade, era rota frequente de voos comerciais. Depois da tragédia, a movimentação aérea nunca mais foi a mesma.
A edição impressa deste mês de junho do Jornal Centro-Norte Notícias trará um especial completo sobre os 50 anos da tragédia, com novos depoimentos, fotos da época e detalhes ainda pouco conhecidos do acidente. (Colaboraram Fabricio Rocha e Fred Alves)
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