A Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (COAPA) alcançou um feito histórico na safra 2024/2025: o recebimento de 154.951 toneladas de soja na unidade de grãos em Pedro Afonso, o maior volume já registrado ao longo dos seus 27 anos de trajetória. O número impressiona ainda mais diante de um detalhe técnico: a capacidade estática da estrutura é de 60 mil toneladas.
Os grãos foram encaminhados
por 118 produtores individuais, grupos familiares e empresas rurais de 12 municípios.
A primeira carga chegou em 22
de janeiro e a última foi descarregada em 23 de maio. Ao longo desses quatro
meses, o ritmo de trabalho foi intenso, mas eficiente. A explicação está na
logística afiada, no preparo da estrutura e no excelente desempenho da produção
regional.
Segundo o gerente Comercial/Operacional,
Nelzivan Carvalho Neves, o recorde é reflexo de um conjunto de fatores.
"Foi uma safra com muitos desafios, mas também com muitos pontos fortes.
Tivemos uma das maiores áreas plantadas da história e um dos maiores volumes
médios por hectare. Esse crescimento chegou direto às nossas unidades
operacionais. Nos preparamos com antecedência, fizemos investimentos em
recepção de grãos e fortalecemos muito a equipe com treinamentos. Isso garantiu
agilidade no processo e retorno rápido das cargas às lavouras", explica.
Crescimento
de 40% em seis anos
O crescimento do volume
recebido pela cooperativa impressiona. Em seis safras, a COAPA saltou de
110.305 toneladas (2018/2019) para 154.951 toneladas em 2024/2025, uma evolução
de 40%. Só em relação ao ano agrícola anterior, o salto foi de mais de 26 mil
toneladas.
Para o vice-presidente da
COAPA, Juliano Sandri, o desempenho está sustentado por três pilares:
tecnologia no campo, infraestrutura de recepção e sistema de telemetria.
"O pacote tecnológico disponibilizado pela COAPA e adotado pelos
produtores – fertilidade do solo, sementes de qualidade e manejo fitossanitário
–, somado a um clima favorável impulsionou a produtividade nesta safra. Além
disso, há dois anos dobramos a capacidade de recebimento, com secadores e
pré-limpezas modernos. Isso permite entregar um produto mais limpo e mais fácil
de armazenar. A ferramenta permite controlar com precisão a temperatura e a
umidade nos silos, dando mais segurança e qualidade no armazenamento",
afirma.
O dirigente ainda revela que a
cooperativa realiza estudos de viabilidade técnica e financeira para expandir a
capacidade estática em 30%, com a instalação de novos silos modulares.
"Ampliamos
a garganta, falta o estômago"
Em 2021, a cooperativa
investiu R$ 33 milhões para otimizar e aumentar a capacidade de recepção de
grãos. Os trabalhos foram concluídos no ano seguinte. Apesar do incremento, o presidente
da COAPA, Ricardo Khouri, reforça a necessidade de acompanhar o crescimento da
produção com expansão da capacidade de armazenagem.
"Com a entrada de novos
cooperados e a alta produtividade da região, precisamos investir também na
capacidade estática. Fizemos um grande esforço na parte de recepção, o que a
gente chama de garganta, mas agora é hora de ampliar o estômago. Se não
fizermos isso, vamos enfrentar dificuldades no futuro", pontua.
Eficiência,
apesar dos imprevistos
O produtor rural João Luiz
Mazurkiewicz, que entregou 43 mil sacas de soja na safra 2024/2025, destaca a
eficiência da unidade, mesmo diante da alta demanda. "Mesmo com
imprevistos de espaço, o armazém nunca parou de receber. Isso é muito
importante para o associado", comentou.
Já o agricultor Luciano
Calegaro, um dos pioneiros no cultivo de soja na região e mais uma vez o
primeiro a entregar no armazém, elogia o serviço prestado. "Apesar de
alguma demora na descarga, as classificações dos grãos foram muito coerentes.
Esse é um ponto positivo que precisa ser mantido", detalha.
Ciclo
virtuoso
O recorde registrado em 2025
não é obra do acaso. É resultado de um ciclo virtuoso de planejamento,
investimento, assistência técnica, adoção de tecnologia e confiança dos
associados da cooperativa. E deixa uma mensagem clara: a COAPA está preparada
para continuar crescendo junto com seus cooperados, mas precisa seguir
investindo em estrutura para não perder o ritmo.
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